Essa é a foto perfeita para ilustrar o post, porque minhas duas noites em Dungeness, Washington, não tiveram nada a ver com a realidade. No primeiro fim de semana de agosto, fui acampar com alguns membros do Couchsurfing na área de recreação do Wildlife Refuge. Não sabia o que esperar, nunca havia acampado na vida, curto natureza, mas as minhas experiências se resumem à trilhas em Monte Verde e Campos do Jordão, ou fugir de vacas em Mococa (MG), melhor que nada, mas ainda assim, fujo às expectativas dos gringos, que pensam que no Brasil todo mundo vive no mato.
Chegamos sexta-feira à noite, após travessia de balsa de Seattle, o portão do camping já está fechado, pois tem um toque de recolher às 22 horas, pensamos em descer do carro e pular a cerca, juro que esta ideia foi de um americano, e não do jeitinho brasileiro aqui, então o ranger (guarda-florestal) aparece, muito irritado, dizendo que chegamos depois do horário e que o pessoal do couch é muito bagunceiro e que, além disso, este era um camping onde àlcool não era tolerado - todos escondem suas garrafas sob os sleeping bags- só que não contavam com a brasileira, heis que o jeitinho aparece, explico que a balsa que nos atrasou, fato confirmado por mais dois carros que chegaram com a gente, que iríamos nos comportar e que eu tinha vindo de muito longe para conhecer a reserva. Liberados, mas sob aviso, tínhamos que andar na linha.
Dá para ver até o Spit, caminho de areia que leva ao farol |
Acordamos e depois de comer oatmeal como café da manhã, fomos conferir a vista, eu não acreditei onde havia dormido na noite anterior, pertinho de um despenhadeiro! Com a neblina da manhã é um lindo visual.
Com mais dois amigos decidimos fazer a trilha do banco de areia de Dungeness, a mais longa do mundo, com 5 milhas, com a recompensa de chegarmos à um lindo farol e uma vista linda no caminho, logo me assustaram, 5 milhas dá pouco mais de 8 km, em cada direção, isso daria 16 km andando em areia fofa, com sol e vento, mas não nego desafios e poderíamos parar se eu me sentisse cansada.
Acima o começo da trilha, nem dá para ver o farol, depois parando para passar protetor solar e abaixo um pouco da vegetação morta, parece um cemitério de elefantes.
Não há muito para dizer sobre o caminho, eu estava acompanhada por um judeu nascido na costa oeste americana, que justificou a "crise sul-americana" com a "abrigada de nazistas", como se estivessemos penando aqui na américa do sul por ter abrigado os amiguinhos do Hitler, não pelo fato da europa depenar nossas riquezas naturais e despejar seus desempregados. Mas, eu me abstive de comentários, pois sou discípula de Cartman e poderia mandar um "ow judeu" e não ia ser legal, é só uma opinião vinda de fora. O meu outro amigo era austríaco, olha como a vida é engraçada, conterrâneo de quem? O mesmo Hitler. E ficamos naquele papo chato de diferenças culturais, qual país é melhor, pior, eu não opinei muito, os EUA que eu conheço são a costa leste e a Flórida, nada a ver com o resto e o Brasil é só aquele paizinho na América Latina.
Quase três horas e chegamos à uma outra dimensão.
Olha a mini Ju ao fundo |
Subindo no farol |
Na volta resisti, fui melhor até que um dos meninos, mas precisei de massagem com oléos orientais.
Assistimos ao lindo pôr-do-sol e a noite, após um jantar divertido com os outros csers, fomos até o despenhadeiro para assitir à uma chuva-de-meteoros, conseguimos ver mais de trinta, fiz alguns pedidos, que aos poucos estão realizando, aquele momento já foi um sonho realizado.
O problema de uma viagem como essa, é que ficamos com vontade de fazer algo assim de novo!
Todas as fotos, exceto o mapa, são de autoria de http://elias-thok.tumblr.com/, para saber mais sobre Dungeness acesse aqui.
*Cser : membro do Couchsurfing.org comunidade que une os amantes de viagens e rede ajuda mútua internacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário