segunda-feira, 17 de março de 2014

Viva a Sociedade Alternativa!

Antes de começar o post é preciso tocar esta música:


Porque este foi o espírito da minha última   penúltima viagem. É preciso um post inteiro só para falar desse assunto.
Eu e a Roberta do Couchsurfing decidimos fazer uma viagem com sérias restrições orçamentárias e acabamos decidindo pelos lugares menos indicados para tal: Zürich e Munique, todo mundo sabe que Suíça é um pais bem caro e meus amigos aqui foram unânimes: Zürich, caro!
Não teve um que falou: Ai é lindo, as montanhas, blá blá. As recomendações foram: Leve sua comida da Alemanha, não beba no bar, a entrada das baladas é no mínimo 15 Euros.
Foi bom, porque fomos preparadas. Vamos as contas:

Passagem ida: 15 euros
Ticket díário zona 2: 16,50 Francos (quase o mesmo em Euro) (compramos dois para três dias)
Ticket para o bus noturno (sim, você compra um diário e ainda tem que pagar o noturno): 5 Francos
Tour: 4 francos
Passagem para Munique: 15 Euros

Nossas mochilas foram pesadas porque levamos tudo da Alemanha, frutas, castanhas e bebidas, mas nao pense que elas voltaram vazias, como falo ao final do post.

O que tivemos sorte foi que nossos hosts cozinharam com a gente todos os dias e também serviram Raclette!

Lucca, eu, Robs e Pati

Eles são seis amigos de infância que mudaram para a capital para estudar, cada um deles tem uma característica e qualidades diferentes, são uma comunidade de dar inveja, unidos como irmãos.
A decoração da casa, que eles chamam Finca ( tipo fazenda em espanhol) é a cara deles, com itens comprados em suas viagens pelo mundo. As fotos são massa.





Vista da janela

Acabamos encurtando a viagem em um dia e voltando à nossa amada Alemanha! (já virou minha terra II) Fomos à Munique, onde comprei meu dirndl (conto mais depois). E ficamos na casa de outro Couchsurfer. Mais uma comunidade alternativa, aqui meio Raul mesmo, nos sentimos muito em casa, com liberdade para cozinhar, chave para voltar a hora que quiséssemos.
No penúltimo dia fomos convidadas para um super bazar de troca de roupas, coisa que adoro e que fiz em São Paulo por três anos, mas esqueça tudo o que você sabe sobre bazares, era gigante, e caótico, dois andares com mesas e roupas por todos os lados, e sem regras, viu algo, gostou? Só pegar experimentar e levar, não precisava necessariamente trocar. Só minha amiga levou roupas, mas eu acabei conseguindo algumas muito legais, entre elas um vestido meio "prenda". Foi mais ou menos assim:






Depois fomos para o Kulturjurte para uma sessão de Yoga do Riso, ou risoterapia, dentro de uma tenda cheia de cobertores, onde passamos 30 minutos rindo um do outro. Tudo isso sem bebidas, só alegria mesmo. Foi uma experiência...Bom, alternativa!


Nosso host também nos explicou sobre o Dumpster Diving, algo a ver com aquela família alemã que vive só de comidas descartadas em mercado, bom aparentemente tem todo uma comunidade de pessoas que fazem o mesmo. Eles dividem entre si o que encontram e ajudam a diminuir o descarte de alimentos e materiais bons. Conversando com eles dá para entender porque faz sentido.
Por mais que ainda não me sinta preparada para entrar nessa "sociedade" aprecio o que fazem, eles se encontram para discutir maneiras de diminuir o consumo e disperdicio dos recursos naturais, além de se locomoverem de bike para não poluir, serem em grande parte vegetarianos e caretas.
Essa viagem abriu muito nossa cabeça, além de Munique ser uma cidade incrível!
Se eu pudesse mudava para lá já!

domingo, 16 de março de 2014

A vida na estrada, pessoas vem e vão...

Este fim de semana foi ótimo, mas também um pouco triste, uma das minhas primeiras amigas aqui, talvez a minha melhor amiga, veio se despedir, ela abandonou o curso e vai voltar pros Estados Unidos.
Eu tento não me abalar por isso e pensar que as pessoas e sentimentos que mexem com você nunca mudarão, por isso, mesmo que não nos vejamos mais, o que é mais provável, sempre terei uma lembrança boa de alguém com quem dividi angústias e com quem turistei bastante.

Como ela faz aniversário um dia depois de mim, 9 de março, comemoramos juntas em Roma, numa das viagens mais gostosas que tive, e já que estamos na Alemanha, um ditado que uma vez um amigo me falou, e que se concretizou:

Man trifft sich immer zwei Mal im Leben
As pessoas sempre se encontram duas vezes na vida. Até lá. Viel Glück.

Melhores momentos:

fazendo a oriental



Cerveja na Fontana di Trevi


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Total Recall e morar numa cidade pequena


Este fim de semana assisti à refilmagem de Total Recall: Colin Farrell está mais ou menos, Kate Beckinsale linda como a esposa, Jessica Biel como mocinha, mas o que na verdade me chamou a atenção foi a super população da "colônia", uma espécie de super favela tecnológica, onde as pessoas estão "presas" às suas funções e com rígido controle para ir à cidade.
Nossa mobilidade aqui em 2014 também é um pouco limitada, eu por exemplo tenho um passaporte brasileiro, portanto preciso de visto para alguns lugares, que pode ser negado mesmo mediante quantia um tanto quanto exorbitante, Estados Unidos te faz ir a dois lugares, ficar em longas filas e pagar, Canadá pede carta de recomendação e dinheiro, Japão motivos da viagem, declaração de bens e dinheiro. Mas temos acordos com alguns países onde, sendo turista, entra-se facilmente por limitado período de tempo. Depois de conhecer pessoas da China e Uzbequistão, vi que não estou em tão má posição assim, Uzbeques precisam de visto para deixar o país, sim, eles tem que avisar que vão sair, dar o motivo e voltar para regularizar a situação. Já na China habitantes de uma região, não podem mudar tão facilmente para outras, mais populosas. É um tanto quanto Total Recall, certo?
O que achei interessante também é a população da "colônia" , uma megacidade com etnias de todos os lugares, com letreiros em diversas línguas, mas principalmente inglês e chinês e pessoas, muitas pessoas pela rua, sujeira. Toda vez que assisto a filmes de ficção científica como esse penso que não quero viver em um mundo bagunçado como o retratado.
Ainda mais agora, indo para meu quarto mês morando numa ex-vila, com pouco mais de 25 mil habitantes, onde domingos e dias de semana após 22 horas, quase não se encontra pessoas. É calmo, dá para andar de bicicleta e dormir sem barulho. Eu achei que ia odiar morar em cidade pequena, estou sendo surpreendida, pode ser a idade, ou o fato de saber que é temporário.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Amor à Primeira Vista

A todo lugar que vou tento manter uma conexão com o ambiente, tento ver se sinto algum Dejá vu, aquela sensação misteriosa de já ter feito algo, visto alguém ou estado em algum lugar antes, que muita gente eu acredita ser em outra vida.
Quem não gostaria de saber que na vida passada viveu perto de um dos belos castelos na Europa, ou numa exótica praia nas Filipinas, o que eu não quero saber, mas que é mais provável, é que fui uma camponesa trabalhando na França medieval, que recusando-se a pagar os impostos, foi queimada como bruxa, ou falando alguma besteira e foi enforcada como bruxa, é bem possível que alguma das duas opções tenham acontecido.
Sexta-feira eu perambulava pelo sebo em frente a Goethe Universität, só para olhar os títulos mesmo, coisa que estudantes e amantes das letras entenderão, ou para ver se achava algum dicionário ou gramática do alemão, passo por uma fileira e um livrinho pequenino me chama a atenção, eu estava a uns quatro metros de distância, mas mesmo assim consegui enxergar aquela lombada de 4 centímetros. 
Eu me aproximei de sua capa em couro com arabescos e o desenho de um Querubim, folhei suas páginas amareladas em busca de data, mas alguém havia arrancado as primeiras páginas, talvez porque havia alguma dedicatória romântica? Nunca vamos saber. O título tinha a palavra Gechichte, história, o resto não me lembro, o meu Hans ainda anda perneta. O conteúdo, talvez mesmo se eu entendesse alemão não conseguiria ler, era difícil de diferencia, as letras eram ao estilo Old English Text MT do Word. Tudo muito lindo, mas um pouco inútil.
A vendedora falava espanhol, o que era melhor para mim, negociar em mímicas não é tão fácil, cuánto cuesta? Pergunto, es doce, pero para ti es diez. Olho desolada, dez euros, se eu fizer a conversão, não vou levar. Bem que dizem que "quem  converte não se diverte", mas é diferente uma viagem de vinte dias para uma estada de dois anos. Ela entende meu dilema, se trata de un libro muy antiguo. Lo sé, y muy bonito también. Sei que fiz errado aqui, ao barganhar eu deveria ter informado, pero le falta las primeras páginas! Mas eu estava apaixonada, e quando nos apaixonamos esquecemos os defeitos que estão ali, literalmente na primeira página.
Pedi um tempo para pensar, olhei outras capas, e fiz o teste do "da próxima vez", o que quer dizer: se da próxima vez que eu for ao sebo o livro ainda estiver lá, é porque está me esperando e eu tenho que levar. Não aguentei esperar e voltei algumas horas depois, a vendedora já estava indo embora.

Hoje vou tentar de novo.



terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O dia em que roubaram meus Timberlands na Alemanha

Título alternativo: The-day-I-had-my-fucking-100-euro-hiking-shoes-stolen


Nao sou o primeiro e nem serei o último brasileiro bobao que confia demais e esquece que existem ladroezinhos em qualquer lugar, mesmo no centro esportivo da faculdade, onde apenas é possível entrar mostrando a carteirinha e tênis limpos.


Pois é, aconteceu, e hoje eu fiquei bem puta-da-vida chateada pois fiz a minha primeira trilha com os amigos da faculdade, tive que usar um tênis idiota de 12 euros que comprei para poder entrar no bendito centro esportivo. O bom é que até os sapatos tosquinhos tem solado antiderrapante, Sem maiores problemas para andar pelo barro.


Uma vez por semana temos essa aula de ginástica chamada Bauch, Beine & Po, nosso querido GAP do Brasil, e para nao fazer feio eu a frequentava só para fortalecer o esteriótipo (brasileiras só malham glúteos). A sala é super lotada, por isso é normal deixarmos nossos pertences no vestiário, eu só levo comigo coisas que nao podem ser roubadas mesmo, como carteira, celular, nesse dia coloquei minhas botas dentro de uma sacola plástica, amarrei e coloquei dentro de uma outra bolsa com uma frigideira que ganhei da minha amiga. Quando voltamos ao final da aula, a frigideira estava longe, e as botas na mochila de alguém.


Fiquei com raiva, mas decidi para a minha vida que vai ser difícil alguma coisa realmente me chatear, ainda mais coisas materiais, isso passa, e eu sabia que elas seriam aposentadas aqui na Alemanha, além de estar com elas no pé o tempo todo, elas tinham dois anos de uso comigo, e mais alguns meses com o antigo dono.


Eu conto para meus colegas e ninguém acredita, por que alguém faria isso? Porque independente do lugar, pessoas sao pessoas,pode ser no primeiro mundo, na faculdade, no trabalho (como ouvi de uma amiga que pegaram o celular no banheiro e nao devolveram), o ser humano é um bicho fodido, acumula coisas ruins por motivos fúteis.


Mas eu acredito em abrir espaco para o novo, que venham as novas botas!



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