sábado, 27 de setembro de 2014

Tudo a seu tempo!

Para nós que somos do Brasil é engraçado pensar em algo de ‘época’, claro que existem algumas frutas e legumes que se fora da época não são tão saborosos, e é difícil achar Colomba Pascal fora da Páscoa e Panetonne sem ser no Natal, é difícil, mas não impossível, o Carrefour às vezes vende versões fora de época.


Mas não posso esquecer que estou no país das regras e tradições, e eles são bem chatinhos com isso. Só me dei conta em junho quando a minha mãe trouxe um delicioso pote de doce de leite cremoso Aviação e eu tive a blasfêmica ideia de comprar uma Berliner sem recheio e colocar o meu doce, transformando-a assim em uma versão gringa do nosso Sonho. A Berliner, ou bola berlinense é basicamente o nosso sonho de padaria com recheio de geleia de morango (os Brasileiros ganham nessa mistura). Perguntei pro meu amigo padeiro se ele poderia me trazer algumas, mas “Berliners só podem ser consumidas do começo do ano ao carnaval”.

Mas o fato é que um mercado daqui dá uma de Carrefour e vende o doce o ano todo, mas com geleia, e eu queria pura. “Eu sei, mas não posso fazer, elas só devem ser produzidas neste tempo específico”.
Pensei que ele estava exagerando, mas um novo fato me fez perceber que é assim mesmo, o supracitado mercado já está vendendo, em pleno setembro (!!!) Lebekuchen (calma, nada mais é que pão de mel em formatos natalinos) e eu comprei porque: 1) adoro chocolate, 2) são super fofinhos, corações, árvores, botinhas de papai Noel e estrelas como guloseimas, 3)combinam muito com café. Preparei um cappuccino, abri toda contente o pacote e ofereci para a menina que mora comigo. “Que absurdo, não se deve comprar Lebekuchen antes de Dezembro, não faz sentido, eu não posso comer!”
 

Não gostei muito, mas tudo bem, eu entendi que é legal ter essas tradições que lembram infância e te ligam a sua terra, a sua Heimat. Eu também tenho algumas que não abro mão e hoje na Heidelberger Herbst, a festa de outono da cidade, eu aproveitei e testei o ‘vinho novo’ com uma torta de cebola, algo que só se faz no começo do outono, e senti este tal sabor especial.



Video com a parte medieval da festa, não tem narração porque eu ia fazer na sala de internet, mas tá rolando uma festa aqui, apagaram a luz e estão ouvindo música alta.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Um Ano Ausente

Sei que aqui no blog não é bem um ano, se bem que as últimas postagens foram um tanto quanto superficiais e eu não sou bem assim, e também quem acompanha o El Ropero (.com) sabe que contribuo lá com dicas de viagem e outras coisinhas mais.

O modelito mudou e a tolerância ao frio aumentou!!

O fato é que eu consegui, olha eu achei que não conseguiria, mas no dia 23 de setembro de 2013, a pequena Juminako aqui embarcou para a maior aventura de sua vida. Eu aprendi na prática e da maneira mais intensa o possível que toda escolha envolve perda. Por mais que eu ame estar aqui, que eu veja minhas fotos e lembre o que passei e pense “nossa que foda”, eu sou a todo momento lembrada do que escolhi.

Estou contabilizando o terceiro casamento perdido, e de grandes amigos, bebês que nasceram, aniversários de pessoas queridas, momentos com a minha família e com o meu cachorro. Sinto falta de coisas como a minha máquina de costura, domingos na Choperia Liberdade, academia (a daqui é muito chata e não tem os aparelhos essenciais para o popo brasileiro), falar a minha língua, o nosso português é tão lindo, e como dizem as gringas “tão sexy”, ir ao médico é um tormento, fazer mercado é uma tristeza: Cadê minhas frutas?

Mas ai eu tenho uma aula incrível na faculdade, converso com pessoas interessantíssimas na cidade ou em outros países, planejo Halloween na Irlanda, volto para casa de madrugada a pé, ando de bike para todo lado (principal motivo de escolher Alemanha), cuido da minha casa, da minha alimentação, seguro-me nos trinta para não explodir com a companheira de piso; amadureço no modo hard!

“Você acha que a Juliana está diferente?” perguntou minha ex-futura-sogra para minha mãe quando veio me visitar em Julho. “Adaptada” foi sua resposta, concordo, ainda sou aquela mesma menina-mulher que gosta de coisas fofas, acabei de juntar pontos para trocar por uma pelúcia no supermercado, mas a diferença é que tenho que cuidar das minhas finanças, e se ficar doente estou basicamente sozinha, tenho amigos, tenho namorado, mas não tenho a família e isso é bem tenso.

Eu tenho mais um ano ai para explorar ainda mais a minha independência de tudo e todos, mas até agora falhei! Tenho o poder de acumular coisas -agradeço isso ao meu charme- porque já ganhei tanta coisa em um ano (livros, móveis, roupas, ursinhos, material escolar, ventilador, maquina de waffle, globo terrestre, ferro de passar roupa, secador de cabelo...E o mais importante: Minha Bicicleta) que parece que sempre morei na Alemanha! 
E já acumulei tantos amigos legais que percebi que o poeta estava certo: é impossível ser feliz sozinho!

Castelo e a ponte antiga em Heidelberg!

Não me canso dessa roupa! Dirndl

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Homenagem à Lua (e nosso ensaio)

Em Schwetzingen encontrei um portão perfeito que lembra o desse ensaio aqui.http://juminako.blogspot.de/2013/01/edwardian-lady-por-lua.html
(Schwetzingen é uma cidade da Alemanha localizada no distrito de Rhein-Neckar-Kreis da região administrativa de Karlsruhe, estado de Baden-Württemberg, o ponto principal é um lindo castelo estilo Versailles)









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